A Companhia de Reis Jardim das Aroeiras é composta por cerca de quarenta e cinco foliões: crianças, jovens e adultos entre três e noventa anos. “Seu M.”, o capitão, é o responsável pelo grupo de embaixadores, coral de sete vozes e tocadores de violão, viola, cavaquinho, sanfona, pandeiro, maracá e caixa. Compõe a companhia um grupo de catira que se apresenta mediante solicitação dos devotos. O giro sazonal tem duração de onze dias, mas é antecedido de uma minuciosa preparação, que se constitui do tempo de espera, da marcação dos pousos e almoços, de reuniões na casa do capitão e do festeiro, e dos agendamentos de locomoção. O ritual é composto pela “benzeção” da companhia pelo capitão, suas recomendações, advertências e exigências de conduta durante as visitas; saída da bandeira, visita às casas que aceitam receber a guia, chegada no almoço e no pouso, agradecimento de mesa, saída do almoço e pouso, canto ao falecido e de entrega do voto; a entrega da bandeira é um ritual composto de saudação do rei e da rainha, canto do nascimento, passagem da coroa e entrega com festa e despedida.
Nos onze dias de peregrinação no giro de 2009/10 a folia de “Seu M.” se movimentou por 212 moradias na região Leste de Goiânia. O grupo se deslocou da casa dos festeiros no Parque das Amendoeiras, peregrinando por dezesseis parques, bairros, setores, jardins e outras designações. Houve necessidade de locomoção de foliões em veículos de integrantes da folia e de seus parentes, para o Jardim Novo Mundo e Setor Universitário. Ressalta-se que na recolhida da folia os rituais são semelhantes aos de chegada no almoço e no pouso, mas os donos da casa (festeiros) são saudados como rei e rainha. A folia saúda os arcos e se desloca até o presépio, fazem-se os rituais de saudação e vai para a mesa passar a coroa. São sorteados os festeiros novos por uma criança “inocente” que somente os palhaços podem saber a identidade. Faz-se toda cantoria de passagem e uma pausa para os palhaços simularem a procura do casal que vai ser festeiro no ano seguinte. Encontrados os novos festeiros, o palhaço faz o verso solicitando que o embaixador continue o ritual. Então todos seguem para o presépio, para o embaixador entregar a bandeira, o alferes, os vigias, os instrumentistas, o capitão, os embaixadores que giraram. Então solicita ao festeiro que vire a bandeira para a folia para colocá-la na lapinha. Neste momento os foliões vão para a mesa para servir o jantar seguido dos convidados, não tendo a cantoria de agradecimento de mesa, pois a bandeira e os foliões já foram entregues. Pode haver catira e forró depois da comilança.
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