As mudanças no XIV
Encontro de Folia de Reis na Matriz de Campinas em Goiânia foram altamente
positivas. As apresentações realizadas em dois dias ordenaram de melhor forma o
encontro em geral. Houve menos fila de espera na hora das apresentações dos
grupos, menos ansiedade, menos imprevistos, enfim, o encontro foi mais
organizado.
Realmente o evento marcou ‘época’
como encontro-com-o-outro de forma suave e não com tanto orgulho, egoísmo e
vaidade. Cada grupo teve oportunidade de fazer uma mostra de cultura, fé e
elementos que traduzem em identidade, identificando o sujeito no mundo. Notamos
a movimentação de nossa religiosidade popular – a fé contida no coração e na
alma dos indivíduos que transcende todas as religiões, exaltando Deus e sua
Manifestação na Terra, a Epifania -, mostrando que as folias de Reis vêm
firmando seu caráter folclórico, mas resgatando a re-ligação com a dimensão
sagrada. Todos mostraram satisfação pelo acolhimento com dignidade e não
houveram maiores reclamações por parte de foliões, familiares e público
presente.
No dia 24, sábado, as apresentações
foram organizadas, bem ordenadas e cada grupo dispôs de mais tempo para a
realização dos rituais cantados. Um ponto positivo foi a participação de
jornalistas como devoto-participantes na hora de receber a bandeira. Isso
proporcionou uma espécie de anima diferente no palco, nos grupos de folia e no
público presente. No final foi servido um lanche para os participantes com
muita delicadeza. O que fez a diferença foi o carinho com que todos foram
acolhidos.
No dia 25,
domingo, houve alvorada festiva com fogos de artifício, uma missa bem
organizada, dinâmica e sucinta com apresentação de toadas de entrada até a
despedida dos participantes das missas. Houve rápida homilia para que as
apresentações pudessem ter início mais cedo. Terminada a missa houve um café da
manha com quitandas servidas em vasilhames de isopor, muito bem higienizados e
suculentos café, leite e achocolatado. Houve breves discursos de abertura das
apresentações e logo estas iniciaram de forma organizada e bem ordenada.
O foliódromo
estava muito chamativo com um desenho de sanfona ornamentado com fitas
coloridas e um teclado desenhado no asfalto, dando um sentido simbólico à
entrada para o palco. Os foliões tiveram tempo suficiente para apresentar suas
cantorias; o público para atirar moedas e cédulas para os palhaços, comungar
com a Divindade, sendo que os devotos-expectadores deixavam-se mostrar
entusiasmados com as apresentações.
O almoço foi
servido com dignidade realmente. Os foliões tiveram acesso a duas linhas de
servir em self service, podendo escolher a quantia de comida a gosto. O
interessante é que havia pratos e talheres, guardanapos e condições de higiene
perfeita. Numa outra repartição do ambiente do almoço foram servidos sucos,
refrigerantes e água. Em ambiente anexo havia uma grande tenda com mesas e
cadeiras forradas para a refeição.
O prefeito Paulo
Garcia, o Secretário de Cultura Ivanor Florêncio e toda equipe de organização
estão de parabéns por este evento, todos sem exceção. Em análise sintética o
que fez a diferença foram o afeto, o carinho e a forma amorosa em que todos
foram acolhidos. Agradeço de coração a todos e que o XV encontro seja regado
com a mesma fraternidade em que fomos recebidos este ano.
Tito Oliveira
Coelho, Doutor em Geografia pela UFG e embaixador da Cia de Santos Reis Jardim
das Aroeiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário